ARDUINO DAY BRASIL: Alunos trabalham a inclusão e são bicampeões em competição de tecnologia

Foram apenas 15 dias para o desenvolvimento de um protótipo que fosse capaz de auxiliar atletas com deficiência visual durante a prática de atividades físicas, neste caso a corrida e caminhada. A grande missão foi cumprida, e com louvor, pelo grupo de cinco alunos do 8º e 9º ano da Escola Chave do Saber (ECSA), que criaram o Blind Cooper – um aparelho com sensor de cores que vibra na pele quando o atleta sai da pista. O projeto foi apresentado durante a 4ª edição do Arduino Day Brasil 2019, realizado no dia 19, no Univag, e garantiu à equipe o título de bicampeão.

João Pedro Garcia, Luiza C. Sperandio, Yasmin Laureen Antunes, Maria Antônia Gomes e Danilo Alves são os cinco adolescentes, de 13 e 14 anos, que desenvolveram o equipamento. Tudo começou dentro da Sala Tech – espaço voltado para a aprendizagem criativa que mescla a robótica com o movimento maker, enquanto estudavam uma forma de trabalhar a inclusão e de que maneira isso seria viável e acessível.

Luiza conta que a equipe chegava no colégio às 7h e saia às 18h. “A trajetória até o produto final foi bem complicada. Passávamos o dia todo na escola, muitas vezes levávamos o trabalho para casa e outras tínhamos que refazer tudo porque algo não estava funcionando. Esse ano não tivemos ajuda dos professores, tivemos que fazer tudo sozinhos. Porém, com certeza, faria tudo novamente”, disse.

A vitória foi ainda mais emocionante pois, além de competirem com estudantes da pública e privada de ensino, os jovens disputaram com projetos desenvolvidos por universitários. A coordenadora da Sala Tech, Mara Tereza dos Santos, conta que foram dias intensos e que os alunos mereceram a primeira colocação.

“Os alunos tiveram pouco tempo até a competição. Foram 15 dias de muito trabalho, dedicação e principalmente compromisso por parte desses alunos. Eles realmente mereceram essa vitória. Eu e toda a escola estamos muito felizes e orgulhosos dos nossos alunos”, comemorou

Todo o tempo gasto com pesquisa rendeu retorno positivo à equipe de adolescentes. O aluno João Pedro conta que para entender melhor a vida de um deficiente visual e desenvolver o aparelho eles precisaram visitar o Instituto dos Cegos do Estado de Mato Grosso (Icemat).

“Estávamos conversando sobre como poderíamos ajudar alguém e chegamos na dúvida de como o deficiente visual pratica um esporte. Daí surgiu a ideia do atletismo e fomos visitar o Instituto. Precisamos ter uma base sobre esse assunto e essa visita nos ajudou a ter um pensamento lógico. Conversamos também com um atleta cego que estava lá e isso nos ajudou muito também”, contou.

O mote principal do Blind Cooper é dar mais independência ao deficiente visual de forma que supra a necessidade do auxílio de um profissional guia durante a execução do esporte. Para a aluna Yasmin Laureen, a vivência que tiveram no Instituto e as muitas pesquisas que fizeram foram essenciais para a vitória no torneio. “Identificamos que não há muitos projetos relacionado a este tema. É incrível, mas é algo que não é muito discutido hoje”, enfatizou.

De acordo com Danilo, a equipe recebeu muitas críticas construtivas e apontamentos que poderão garantir uma futura parceria com uma grande empresa de componentes eletrônicos.

“Um dos sócios dessa empresa estava presente no evento e gostou muito da nossa proposta. Com isso, nos pediram que algumas coisas simples fossem ajustadas, como o tamanho, peso, economia do consumo de energia e segurança na fiação. Com essas correções se mostraram interessados em patentear a ideia”, vibrou.

Em levantamento feito pelos próprios alunos apontam que, se comercializado, Blinder Cooper custaria em torno de R$ 300.

 

Blind Cooper

O Blind Cooper é composto por sensores de vibração, sensores de corpo, protoboard, Arduino Nano, vários jumpers e bateria. Ele funciona a partir de uma programação que detecta a cor da pista de corrida. Quando atleta sai da zona de cor, o aparelho vibra para o lado que ele deve retornar.

Todo material para a criação do protótipo foi ofertado pela escola.

 

 

Arduino Day 2018

Este é o segundo ano consecutivo que a ECSA ocupa a primeira colocação na competição. Em 2018, a equipe de alunos desenvolveu um rastreador solar que garante um melhor aproveitamento da luz do sol em até 40%, favorecendo a produção de energia de forma sustentável.

O equipamento segue o movimento do sol e a localização do país na linha equatorial é uma vantagem e, por isso, usar essa fonte de energia se torna viável e essencial.

O Arduino Day é um evento de tecnologia que ocorre simultaneamente em diversas cidades do mundo em celebração ao aniversário da plataforma Arduino – programa de prototipagem eletrônica que permite o desenvolvimento e controle de sistemas interativos e reúne pessoas interessadas em apresentar ideias, projetos desenvolvidos na plataforma, compartilhando informações e experiências.

 

Fonte: Pau e Prosa

Foto: Helder Faria

 

 

Escrito por:
ECSA Escola Chave do Saber


Posts relacionadoos: