Proporcionar ensino integral não é sobrecarregar a criança, avisa educadora
As escolas não são apenas transmissoras de conhecimento. “É preciso ter claro que não podemos ficar concentrados em um único objetivo, fazemos parte de algo maior, nosso foco é a formação integral das crianças. O mundo atual necessita muito mais de conexão, parceria entre a escola e a família, a fim de que se tornem partícipes na formação dos futuros cidadãos. Assim, teremos no futuro pessoas mais conscientes de seu papel no mundo, pessoas com posicionamento, que sabem o que querem para suas vidas e o que desejam fazer”, explica a psicopedagoga Márcia Bezerra, que tem mais de 30 anos de experiência na área da Educação em Cuiabá (MT).
O ensino integral é uma oportunidade de oferecer atividades que complementem a rotina das crianças, salienta Márcia. Mas isso não pode ser feito de qualquer maneira, avisa. “É preciso proporcionar bem-estar a elas e colocar-lhes à disposição opções diferenciadas que ampliem o que é visto no ensino regular. Afinal, o que determina sua evolução é a curiosidade e a riqueza de ideias que nascem da interação entre elas”, diz.
Segundo a psicopedagoga, não se pode sobrecarregar os alunos com tarefas e lições, sufocando-os com uma rotina típica dos adultos. “As obrigações, deveres e o estudo acadêmico devem estar presentes, assim como outras atividades que contemplem o desenvolvimento integral dos alunos. Precisamos criar oportunidades para os alunos ampliarem habilidades e estarem sempre motivados e confiantes em seu processo”, orienta.
Para Márcia, uma proposta de atividade para o turno integral precisa trazer opções variadas, como: acompanhamento das lições de casa, estudos dirigidos para provas semanais, oportunidade de ir além na exploração dos conteúdos de cada ano. Oficinas que utilizam diferentes linguagens expressivas, trabalhos manuais, musicalização e artes também são importantes. Além de experiências que auxiliam no estudo de outra língua, como inglês, atividades físicas e o incentivo à boa alimentação, exemplifica.
O prazer de estudar precisa e deve estar presente, frisa. “O ideal é que as crianças saiam da escola, no fim do dia, repletas do desejo de voltar e dar continuidade ao que estavam fazendo. Se consegue isso colocando muita qualidade nessa entrega e dando um sentido para as atividades”, salienta. “Acredito que assim a educação integral, que se espelha no desenvolvimento integral do aluno, contribui para uma formação completa e que atenda às demandas de um novo contexto, de uma nova realidade social e de mundo”, finaliza a educadora.
Fonte: Pau e Prosa Comunicação
Fotos: Pedro Ivo / Lucas Ninno
Escrito por:
ECSA Escola Chave do Saber